sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O CIRCO NÃO PODE ACABAR


“Todo mundo vai ao circo”, cantava Chico Buarque de Holanda. Vai longe, porém o tempo, em que todo mundo ia ao circo. O circo, arte milenar, que emociona, faz rir e faz chorar. Onde palhaços, equilibristas, malabaristas, mágicos e muitos outros artistas, juntos formam a magia do circo, parece estar desaparecendo.
Sob uma lona de circo, todos voltam a ser crianças. Num circo não há espaço para choros e tristezas. Só para risos, gargalhadas, alegria e muita felicidade.
A chegada de um circo nas cidades do interior do Brasil é uma verdadeira festa. Viva o circo!
Lembro-me, quando criança, a emoção que era a chegada de cada circo em Itanagra, interior da Bahia, cidade natal do meu pai. A alegria do circo parecia contagiar a todos. Crianças, velhos, adultos, enfim, toda a cidade. Eu e meus amigos, nem conseguíamos dormir, impacientes com a chegada da matiné. Pouco importava, se veríamos os mesmos números, ou se os furos da lona, se chovesse faria com que nos molhássemos, ou se a mesma pessoa era ao mesmo tempo apresentador, palhaço e malabarista. O que não abríamos mão era de irmos todos os dias (a depender da grana e da vontade dos nossos pais).
Hoje com tristeza me pergunto, aonde foram parar os circos brasileiros? Por que o circo, uma das mais importantes expressões da cultura popular brasileira, é tão mal tratado no nosso país?
Há, porém, uma luz no final do túnel. O governo parece ter acordado e tomado consciência da importância do circo na nossa cultura popular.
Na Bahia, esforço tem sido empreendido neste sentido. O Secretário da Cultura, Marcio Meirelles, criou um Departamento especifico para a recuperação e revitalização dos circos baianos, principalmente dos circos mambembes.
Paula Gomes, 28 anos, publicitária e cineasta, contratada pela Secretaria de Cultura do Estado, para desenvolver um trabalho de mapeamento dos circos existentes no Estado da Bahia, completa “. Acredito que o convite para desenvolver esse trabalho foi conseqüência dos dois curtas que produzi (Noite de Marionetes e Piruetas), que exigiu de mim um estudo detalhado e aprofundado sobre os circos na Bahia.” Os filmes de Paula Gomes foram selecionados para os Festivais de Cinema de Brasília, Tiradentes, Rio de Janeiro, Goiânia, S. Paulo e Algarves em Portugal.
Neste projeto, ainda está previsto, uma recuperação da estrutura física dos circos, já que um dos maiores problemas é o desgaste das lonas. Na capital a revitalização da produção circense, prever incentivos a Escolas de Circo como a Picolino e a apresentação de trupes circenses em palcos alternativos da cidade, como a realizada no Pelourinho na semana passada,
Viva o circo e lembre-se que enquanto o circo viver, a criança existente em cada estará a salvo.
‘’Todo mundo vai ao circo ... e eu também vou.”.

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